IAGOMES (Iago Gomes) - Poesias




Iago Gomes (04 de julho de 1992,em Ipirá, Bahia ),Poeta e contista, diz que adora ler bons livros, ver bons filmes e gosta de Tv e Internet, além é claro de apreciar música em muitas variantes. Torcedor do São Paulo FC, é filho mais novo de três irmãos. Atualmente cursa Letras Vernáculas na UEFS e reside em Feira de Santana Bahia.



 Anjos e Demônios

Todos nós abrigamos um anjo
Não em nossas casas, porque lá não cabem suas asas
Todos nós abrigamos um demônio  
Não em nossos corpos, porque lá ele já é carnal
Todos nós somos anjos e demônios.

Anjos compenetrados   
Que voam ritmicamente sem parar  
Que cantam sem ferir a ninguém  
Que são baleados e feridos
Que caem, mas mesmo assim tornam a voar.
 
Demônios teimosos
Que fazem o que não devem, mas precisam fazer  
Que não aprenderam a voar  
Que correm descalços e pisam em brasas
Queimam os pés e simplesmente postam-se a chorar;  

Todos nós somos anjos, mas precisamos ser demônios.
  



Sou o que sou, ou não sou o que penso que sou?

Sou osso, carne, forma, retidão
Sou um ponto na imensidão.
Sou pecado, acerto, erro e divinação
Sou um cu perante a podridão.

Pinta lainha quem te pintou?
Foram seus conflitos
Que te causam tanta dor.

Pinta lainha quem te apagou?
Foram suas ações
Que uma borracha se tornou.

Sou caco, resto, lixo, acúmulo
Sou eu, sou tu, sou Deus.
Sou um pequeno ser que ainda não aprendeu
Como ser apenas eu.

Pinta lainha quem te julgou?
Foram aqueles seres
Que um dia jurou-te amor.

Pinta lainha quem te condenou?
Foram os caminhos de espinhos
Que me furaram sem temor.

Sou o que sou pinta lainha, mas não sei se sou o que penso ser...
Sou homem, sou mulher, sou eu, sou você...
Sou a forma retilínea de uma curva circunda...
Sou o desequilíbrio...
Na verdade sou nada disso...
Sou apenas uma pinta lainha...


 Bicho de Sete Cabeças

São criaturas...
Abandonaram as Escrituras Sagradas e se escondem no meu

quarto quente e escuro
Atrás da cortina alguém cochicha...
Uma besta de 7 cabeças surge em minha frente e me

desafia.


A primeira cabeça é meu pai
Eu abaixo a cabeça e choro.

A segunda cabeça é minha mãe
Eu grito, esperneio e me acuso.


A terceira cabeça é meu irmão
Eu desconfio, encaro, mas perco a batalha.


A quarta cabeça é meu amigo
Eu congelo e não consigo desviar o olhar.


A quinta cabeça é um anjo
Eu me acalmo e tenho sono.


A sexta cabeça é Merizália
Eu me desespero e quero beijá-la.


A sétima e última cabeça...
Vejo minha imagem refletida...
Já não faço mais nada...
Já não existo além de uma simples cabeça...


Sou fruto de meus pecados.



Póstumas Conjecturas
 
Foi na Morte que me encontrei...

A loucura,
O sorriso,
A liberdade,
O palhaço...
Meros acasos do destino...
Um trágico fim...
Água quente sobre minha pele frágil de ser humano...
Derreti... Derreti como se fosse cera...
Hoje sou resquícios de um passado sombrio...
Do qual não ouso lembrar...
Porque em minha catacumba está gravado o ano de meu nascimento...
E sobre a areia do cemitério, o pedaço da cruz que carrega a data de minha morte está jogada...

Merizália infame...
Mulher de desonras
Porque me causou tanto mal...
Traístes a teu amado como se fosse chifrudo
E sou...
Sou porque deixei ser enganado pelo meu próprio e melhor amigo
Ao qual eu dediquei meus melhores versos...
Tu és amaldiçoada...
Te conjuro mil pragas...
E o amor que um dia jurei sentir
Prometo destruir...
E nessas terras pútridas, cheia de vermes a me corroer
Fico a refletir e amargurar
O dia em que matei você...

Te conjuro... Vá de retro...




São

São cornos pútridos jogados no asfalto
Rastejam em busca do perdão
Mas são amaldiçoados...

São mendigos sujos e maltrapilhas
Rasgadas roupas, assanhados cabelos
Imploram por seus restos jogados nas lixeiras que faltam ...

São caveiras andantes
Que dominam as ruas como assombrações
Querem fama, sucesso, dinheiro, menos saúde...

São falsos profetas
Que destinam seus viventes, criam empresas e negociam suas almas
Querem poder, poder e poder, o que não é exatamente a salvação...

São misérias, são defasadas, são falsas, são ridículas, são mulheres, são homens, são crianças, são jovens, são velhos... São sobretudo humanos... O que perde o poder de cura total...




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A Arte de J. Magalhães